Testemunhos De Mulheres Zetas: “Ter Um Namorado Assassino Era Como Ter Um Cartão VIP”, Michelle

Ilustração por Paulo Cunha. Em um momento de honestidade, a guarda que tenho próximo a mim comenta que a reclusa que aguardo que se sobressai do resto da população: por sua pouca idade, o teu esmerado cuidado pessoal e seus finos traços faciais. Tais características ilustram bem a Michelle. Do pescoço de Michelle trava uma cruz tecida com o fio vermelho que contrasta com tua imaculada camisa branca. Em sua mão uma ótima agenda estampada com a imagem de Central Park, parece uma extensão natural de seus dedos. Estes são os dois únicos equipamentos que um interno podes levar consigo, estando fora da célula.

Após nos mostrar, Michelle explica que tomou a decisão de compartilhar teu passado comigo, devido a da leitura que realizou há poucos dias de O Zahir, Paulo Coelho. Com a finalidade de iniciar a entrevista, uma interna consumidora de heroína que passa junto a nós, desmaiou e convulsiona. Dois internas esvaziam meia garrafa de água em seu rosto e a arrastam ao interior de uma célula. Michelle, insegura de ter usado acertadamente, o termo que faz fonte à síndrome de abstinência. Estou presa já que meu namorado era um assassino.

Quando eu o conheci eu trabalhava como gerente numa refinaria de Pemex, que está no mesmo nome, Nuevo León. O Gordo, como eu digo ao meu namorado, se fez Zeta aos dezenove anos, de imediato tem 24. Nasceu em Houston. Seus tios são do sul de Tamaulipas. Em uma visita que lhes fez, um de seus primos, apresentou cerca de Zetas.

gostou de dinheiro acessível; pintaram a idéia de que era um mundo muito pai que ganha muito sem fazer nada. Seu trabalho era cuidar e limpar a praça contras; além do mais, mudei de droga e vendia carros. Em determinado momento pensou em bater em retirada de los Zetas, no entanto o temor não deixava.

  • Por meu notável, nos follamos, damos-lhe uma surra e desse modo o matamos
  • Mensagens: 9.442
  • Ontem tome a união errada e voltar tarde ao trabalho
  • As testemunhas, vestidos da mesma corporação que o namorado
  • esqueceu a sua vocação (1983)
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a Minha vida ao seu lado era uma festa de diariamente. Comida, bebida e drogas para todos. 30 1000 pesos. Não me sentia poderosa por ter um namorado assassino, entretanto não vou negá-la, chamava a minha atenção que recebemos um tratamento especial nos antros e os estádios pra enxergar os jogos.

Ter um namorado assassino é como ter um cartão VIP. As atenções que se dão fora do mortal, como dizemos. Houve momentos em que tínhamos muito dinheiro, contudo outros em que não podia entrar dinheiro nem ao menos armas para a zona de competição ―como dizíamos-lhe a Ciudad Victoria― porque todas as entradas estavam bloqueadas pelo governo.

é claro que no começo fornece horror, entretanto depois você gosta, e mais a mim que precisava de todo tipo de cuidados. Facilmente caí por esse redemoinho de exageros e brutalidade. Apesar de nada valia a pena, fazer com ele coisas de namorados era o que eu gostava de fato.

O Gordo se metia cocaína e maconha. Quando estava drogado com cocaína não se alimentava, e isso me acendeu a ira, uma vez que era muito a minha disposição em preparar a comida. Depois eu também comecei a ingerir cocaína e entendi por que não estava com fome.